Dhai Maus Recebe o Woman Art Award em Londres: Reconhecimento Internacional à Obra “Potência”

Após uma travessia oceânica que uniu gesto, arte e palavra, a artista brasileira é premiada por sua trajetória e obra na capital inglesa. No retorno ao Brasil, é homenageada em pleno voo.

A travessia de Dhai Maus até Londres não começou no aeroporto — começou no mar. A bordo de um navio que cruzava o Atlântico, a artista visual e escritora embarcou com tintas, telas e livros, levando consigo uma obra que é, antes de tudo, deslocamento. Durante a viagem, apresentou seu livro “Do Cinza ao Colorido” ao comandante do navio, entregando-lhe um exemplar com a história por trás de uma vida marcada por arte, escuta e transformação. O gesto, acolhido com respeito, antecipava o tom do que viria a seguir: uma jornada de reconhecimento. 

Depois da chegada ao continente europeu, a artista seguiu para Londres, onde recebeu um dos maiores reconhecimentos internacionais voltados à arte contemporânea feminina: o Woman Art Award, promovido pela MUSA International. A obra que deu visibilidade a seu nome foi “Potência”, uma pintura que carrega força simbólica, traços firmes e presença feminina expressiva — características que definem a linguagem de Dhai. 

A cerimônia integrou a programação do projeto Woman’s Essence – The Woman of the Contemporary Art, com curadoria de Natalie Tsynivska e textos críticos assinados por Vanessa Vannucchi, que também participam do catálogo oficial da premiação. O livro reúne as artistas agraciadas, suas biografias e uma seleção de obras, onde a presença de Dhai Maus se destaca por sua intensidade estética e coerência autoral. 

“Potência” não faz parte da série Travessia, mas pertence a um momento anterior da produção de Dhai, e evidencia seu domínio do gesto simbólico. A tela evidencia camadas de resistência e liberdade, onde o corpo da mulher aparece em estado de presença — e não de representação. O prêmio celebrou não apenas a obra, mas a consistência de uma artista que transforma cada etapa de sua vida em linguagem. 

Durante a cerimônia, Dhai foi discreta. Sua postura serena contrastava com a força que emana de sua obra. Recebeu o prêmio como quem escuta — como quem reconhece, mas não se descola do chão. A premiação em Londres marca mais um ponto em sua trajetória internacional, que inclui exposições, projetos e curadorias em países como Bélgica, Holanda e França. 

Mas talvez o momento mais simbólico tenha vindo depois. No voo de retorno ao Brasil, o comandante da aeronave anunciou seu nome pelo sistema de som e pediu uma salva de palmas aos passageiros. O gesto, inesperado e comovente, ecoou como um abraço coletivo. Dhai, que havia iniciado sua jornada apresentando seu livro no mar, agora era celebrada nos ares — entre dois mundos, duas altitudes, dois reconhecimentos. 

A artista retorna ao Brasil com o prêmio em mãos e uma agenda em expansão. Em junho, participará da Feira do Livro de São Paulo e da Bienal do Livro do Rio de Janeiro, com sessão de autógrafos no dia 15 de junho, reafirmando a potência de sua palavra escrita e visual. 

Entre mares, telas e palmas, Dhai Maus segue atravessando fronteiras com coragem, arte e escuta. E como toda travessia verdadeira, sua obra não apenas chega — ela transforma. 

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